sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pecado estrutural


Trabalho apresentado ao curso de Teologia como requisito parcial de aprovação na disciplina Teologia Moral (Religiosa) - 26/11/2010.

O “pecado estrutural” não parte da definição de pecado como uma decisão livre e pessoal, ele é entendido como o que não condiz com a vontade de Deus. O homem não é um ser que tem que escolher em o bem e o mal, o mal já está contaminado nele. Quando age de forma egoísta, atingindo a comunidade, torna-se um pecado estrutural.
Puebla diz: “Nesta angústia e dor, a Igreja discerne uma situação de pecado social. E completa que é mais triste a situação de pecado num continente que se diz cristão, principalmente católico, onde há possibilidades de mudança por parte dos cristãos, e ao invés de uma mudança, os fiéis ficam num estado de omissão.
“Como encarar o mal impregnado no homem como ser estrutural, se isso ocorre em uma realidade cristã?” É um questionamento que tiro disso.
Os humanos são seres estranhos, pois não gostam de assumir uma culpa. Se tudo vai bem, é um mérito. Se sentem ameaçados, rogam aos anjos. E se dá errado, por mais insignificante que seja a culpa é dos demônios. O pecado estrutural, não é somente o pecado coletivo, é também individual. Porém, o carregamos como uma responsabilidade social, já que não acomete apenas um indivíduo, pois todos os atos interferem direta ou indiretamente, de forma boa ou ruim, a outro.
Como exemplos de pecado estrutural impregnados na sociedade, é evidente o adultério; o consumismo causado pela indústria da moda; certas ideologias que induzem a violência e a indiferença; a manipulação da informação como forma de controle de outros; um consumismo acentuado; as leis, quando elas reforçam a injustiça e a iniqüidade; e as falsas necessidades.
O pecado é uma mancha na historicidade humana, ele sobrevive numa realidade alienante, por isso, creio que em muitos ambientes cristãos, há a presença do pecado. Ele está impregnado no íntimo do ser, daí o ser humano, principalmente cristão deve buscar afastar-se dele. Pois, os humanos, mesmo quando demonstram que não há mais salvação, surpreendem e mostram a capacidade de serem melhores.

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